União estável entre homossexuais

Discussão em 'Arquivos antigos' iniciado por Thaís, 23 de Março de 2008.

  1. Thaís

    Thaís Em análise

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    A algum tempo assisti a uma palestra cujo tema era “ A nova família” a palestra era sobre união estável entre homossexuais. Logo, resolvi propor um debate sobre este tema aqui, já que esta é a idéia deste espaço.
    Qual a opinião de vocês sobre a união estável homossexual? A questão gera muita polêmica entre toda a população mundial. No Brasil ainda existe muito preconceito, e a população convive muito mal com as diferenças, tal intolerância talvez faça gerar ainda mais conflito quando o assunto é o reconhecimento jurídico, e logo a atribuição de direitos a casais do mesmo sexo. De um lado a igreja católica e os mais conservadores, que defendem que só deve existir uma união afetiva entre indivíduos do mesmo sexo. Dizem que a família é constituída pelo homem e pela mulher, que estes são biologicamente feitos um para o outro, e que não é cabível que o Estado reconheça como entidade familiar um casal homossexual. Do outro lado estão as pessoas que defendem a igualdade, afirmam que somos todos iguais e que a opção sexual é somente uma opção, um direito individual intransponível e personalíssimo, e que como qualquer pessoa os homossexuais precisam ter seus relacionamentos reconhecidos. Defendem que o direito deve disseminar a justiça e que ser justo é dar a todos um tratamento igualitário, como é especificado na constituição da república. Diante de diferentes opiniões e pontos de vista, é necessário que se reconheça a união estável entre casais do mesmo sexo, ou o Estado somente deve atribuir direitos a casais heterossexuais?


    Espero que possamos inciar um debate sadio, onde todos respeitem a opnião de cada um, e que não sejam postados comentários preconceituosos.
  2. Dr. Anderson Costa

    Dr. Anderson Costa Em análise

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    Boa noite, Thais!!

    Eu além de concordar com tal reconhecimento, sou defensor ferrenho de tal proposição!
    Uma única palavra resume a minha posição: FELICIDADE!!

    O que adianta um homossexual, que sonha em manter uma família, se casar com uma mulher, pra transformar a vida da mesma num mar de sofrimentos, e o mesmo se despender para uma vida de traições e relacionamentos extraconjugais com parceiros do mesmo sexo? Se pra este homossexual for reconhecido o direito legítimo de adotar um filho com seu compánheiro, se essa barreira hipócrita e medíocre de preconceitos for derrubada, todos serão mais felizes, sem mentiras, sem ilusões e sem violações de direitos constituições inerentes ao ser humano enquanto perseguidor da dignidade da pessoa humana. A história não pode fazer a vida, porque é a vida que faz a história. Se no passado a homossexualidade era uma aberração, hoje é algo natural e deve ser encarado desta forma!
    Homossexualidade não é desvio de caráter, não é "descaminho", não é safadeza... é simplesmente uma maneira de ser feliz! É uma maneira de se viver como se é, sem colocar máscaras pra que seja feita a vontade de outras pessoas, enquanto a sua fica em segundo plano... isto, quando fica!
    Eis minha singela opinião!
  3. Mariana M. M

    Mariana M. M Em análise

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    A minha opnião não é uma opnião jurídica, já que de leis pouco entendo, infelizmente.

    Gostaria de deixar registarda a minha opnião como parte integrante de uma sociedade esculpida em preconceitos, mas que felizmente vem "abrindo seus olhos" e se tornando menos estúpida. Sou completamente à favor da legalização da união estável entre homosexuais. Não vejo razões lógicas e justificáveis para o governo não reconhecer a constituição de uma família entre indivíduos do mesmo sexo. A opção sexual não deveria interferir nos direitos de cada cidadão. Pelo pouco que sei de leis, talvez até pudessemos dizer que é inconstitucional o não reconhecimento de um relacionamento homosexual. Mas acho que o direito no Brasil e no mundo é muito político, e as decisóes nem sempre são as mais justas, e sim as que agradam a determinado grupo. Além disso a igreja tem um poder de veto absurdo sobre o judiciário ( prova disso é este processo que esta tramitando no STF sobre pesquisas com embrioes).

    E como disse o Doutor Anderson, o que importa é a felicidade. Ainda mais uma felicidade que não traz maléficios e nem invade direitos de outras pessoas. Deixo aqui registrado o meu pedido de uma sociedade mais evoluída e menos preconceituosa.

    Agradeço pela atenção e pela proposta do tema.
  4. odranoells

    odranoells Membro Pleno

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    Olá nobres participantes, urbanamente me apresento em posição contraria, não em questão a vida privada de cada um, mas em virtude do entendimento jurídico ao meu pensar mais uma vez forma-se uma membrana muito fina e de fácil ruptura.

    Este tema normalmente tende a se inclinar ou apoiar sobre a palavra “preconceito”, contudo sou categórico em afirmar com precisão que de alguma forma “somos todos preconceituosos” ao menos em relação a algo, alguém ou alguma coisa, solicitando a compreensão de todos não pretendo entrar na questão filosófica desta minha afirmação.

    Há algumas décadas atrás, o homossexualismo de onde derivou se o termo homo afetivo, era visto como algo abominável não se dando nem espaço para tal discussão, hoje é notório que determinado evento era de certa forma comum em tempos anteriores aos tempos “bíblicos” (antes de qualquer questionamento informo que sou agnóstico) nas chamadas “cidades pagãs”, ok !

    As religiões classificam tal fato como “horrendos” e os que são favoráveis como algo “normal”.

    A humanidade é até hoje uma “torre de babel”, não na questão da lingüística, mas na maneira e forma de pensar, tento explicar, o que pode parecer normal para uns é uma anomalia para outros.

    Aos que apóiam o reconhecimento da ligação homo afetiva deixo as seguintes indagações:

    O que acham do reconhecimento jurídico dos “zoossexuais”?

    O que acham do reconhecimento jurídico dos “poligâmicos”?

    Felizmente ou não religião e ciência tendem a caminhar juntas, historicamente os piores tempos da humanidade ocorreram quando houve um desequilíbrio muito forte entre estas vertentes.

    Respeitar a individualidade de qualquer ser humano é algo honroso e virtuoso, contudo, deve se respeitar também a coletividade a união “homo afetiva” antes de se formar era conhecedora da lei em vigor que reconhecia apenas as uniões heterossexuais, hoje reivindicam o reconhecimento jurídico e apoio a iniciativa, apesar de ter minha opinião contrária.

    Espero ter alcançado a urbanidade em minhas palavras.

    At.: Leonardo Lima
  5. Mariana M. M

    Mariana M. M Em análise

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    Doutor Leonardo Lima,

    Acho interessante e importante lermos diferentes opniões. Respeito a opnião do senhor, porém me sinto obrigada a descordar em certos pontos.

    Concordo com a sua afirmação quanto a sermos todos preconceituosos. Impossível não sermos. Nascemos um uma sociedade enraizada no preconceito. Porém somos seres racionais, assim temos a capacidade de analisarmos nossas atitudes, percebemos os erro, e tentarmos corrigi-los. Assumo que fui criada em uma sociedade cheia de preconceitos, mas eu, quero morrer sem os te-los.

    Me espantei quando li a pergunta do senhor sobre qual a nossa opnião sobre os poligâmicos e principalmente sobre os zoossexuais. Você realmente acha que é cabivel esta comparação? Comparar um ser humano que AMA outro ser humano e só quer ser feliz ao seu lado, com seres humanos que possuim prazer ao manter relações sexuais com animais?? Creio que esta comparação não é possível. Primeiramente porque quando a questão é o homosexualismo não estamos falando apenas de uma questão sexual, e sim de uma questão de amor, de formação de família; e segundo, não pretendo comparar um ser humano a um outro animal aqui, ao menos enquanto a questão for o Direito. Quanto a questão do poligâmicos não defendo o reconhecimento jurídico de relações poligâmicas, pois na prática seria impossível, já que os poligâmicos tem RELAÇÕES SEXUAIS com diversas pessoas. Além disso, nunca fiquei sabendo sobre um forte movimento quanto ao reconhecimento jurídico deles, já que eles mesmo não devem possuir esta vontade.

    Não creio que religião e ciência caminham juntas. Na realidade vejo na religião uma barreira para a ciência, talvez até, o maior dos impecílios. Quanto a religião caminhar junto com o Direito, até julgo correto, já que a religião é detentora da fonte primaria das normas morais, que tem grande influência sobre a nossa sociedade. Porém históricamente já percebemos que a religião errou muitas vezes, logo temos que ter um olhar crítico para as opniões e atitudes da igreja, e não deixar que o dogma pregado por ela, defina as normas da nossa sociedade.


    Em fim, agradeço a opnião do colega Leonardo, e quero deixar claro que apesar de ter um ponto de vista diferente, respeito muito o do senhor. Desculpa se de alguma maneira fui indelicada ao colocar minha opnião divergente a do senhor.

    Abraços, Mariana ( mari-mari-86@hotmail.com)
  6. odranoells

    odranoells Membro Pleno

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    Olá nobre Mariana M. M e demais participantes, cordialmente presto alguns esclarecimentos:
    Agradeço a indicação de “doutor”, mas faço destacar que, como já de domínio do conhecimento de alguns participantes não possuo nenhuma formação de nível superior.

    Quanto à solicitação de desculpas não vejo motivo para aceita-las, uma vez que a nobre participante formulou sua resposta de forma plausível e admirável no tocante a urbanidade.

    Solicito desculpas por não ter conseguido fazer-me compreender. Tentarei me expressar de forma mais explicita em relação a pontos sobre a questão...

    ... Em relação a “Você realmente acha que é cabível esta comparação?” a indagação por mim efetuada não possuía a intenção de comparação de “ato ou atos físicos” e sim de sentimento em relação aos que são contrários. Imagino que o espanto aparentemente causado a alguns leitores possua o mesmo reflexo em relação a pessoas que não apóiam a legalização da união “homo afetivo”, possivelmente estes têm a mesma visão de “não aceitação”, não quero alegar com isto, que esta “não aceitação” seja interpretada como “radicalização”, sou adepto fiel da exposição de opiniões divergentes desde que sempre se mantenha o respeito entre todos.

    Quanto à expressão “religião e ciência caminham juntas”, não quis dizer que ambas tem que ser uma, mas, que “historicamente” quando uma se distanciou mais do que a outra sempre a humanidade enfrentou algum tipo de problema ex: na época em que a humanidade era “dominada” pelas religiões muita atrocidades foram cometidas e idem quando se esqueceram da “religião” e só enxergavam a “ciência”, não sou eu que afirmo e sim a história.

    A justiça aplica o principio de “várias religiões”, o da premiação e o da punição, agora humildemente, gostaria de frisar que hoje é muito difícil imaginar a justiça sem a contribuição e influência da ciência (D.N.A., as PERICIAS TÉCNICAS, até mesmo o GENOMA já fora mencionado em votos de ministros do STF).

    Mais uma vez agradeço pela oportunidade de participar deste.


    At.: Leonardo Lima
  7. Mariana M. M

    Mariana M. M Em análise

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    Senhor Leonardo Lima, agradeço a sua explicação quanto à comparação feita entre zoosexuais. Confesso que tinha ficado incomodada com a susposta comparação, mas agora tudo está esclarecido.

    Bem, o assunto é realmente um tema polêmico, involve a moralidade média da sociedade, questões religiosas, jurídicas, entre muitas outras. Agradeço pela oportunidade em ler a opnião do senhor, opniões divergentes são sempre muito enriquecedoras.

    Abraços Mariana (mari-mari-86@hotmail.com)
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