Denúncia Do Mpf É Aceita E Justiça Abre Processo De Racismo Contra Jovem Que Ofendeu Nordestinos No

http://www.viomundo.com.br/denuncias/mpf-aceita-denuncia-contra-tuiteira-que-ofendeu-nordestinos.html

Sinceramente, racismo é uma coisa séria, mas, sei lá, hj em dia a justiça está forçando a barra com td, é racismo, homofobia, bullying, sei lá, o mundo já está afundado numa grande poça de toletes e ainda ficam jogando mais coisas sem sentido e sem a menor praticidade, o judiciário deveria se importar com questões mais sérias que exigem a celeridade da justiça que não demonstra quando realmente precisamos dela, porém, em casos patéticos, ela mostra as suas caras, contudo, vejo isso como uma adaga, se a justiça não aceita essas denúncias que não vão chegar em lugar algum, dizem-se bobagens, se aceita dizem-se bobagens, sei lá...Deveríamos ajudar as pessoas e não ficar julgando casos ridículos, sempre existiu briga na escola - e na minha época não era essa bost de bulliyng, sempre existiu homosexuais, e não era esse lixo de homofobia, as vezes uma brincadeira mal interpretada acaba virando um tsunami de papeis ao judiciário que, tenho a plena certeza, não vai dar em nada, e o meu dinheiro vai pro ralo, por causa de procuradores, promotores e juizes irresponsáveis que acham que não são humanos, mas sim semi-deuses, alguns até deuses, quando deveriam ajudar a sociedade, o meio em que vivem, só pensam em prejudicar e atrasar as coisas

Respeito sua opinião sobre o tema, no entanto, o caso noticiado acima não comporta esse tipo de comentário, a menos que o sr. considere que isso:

“Nordestisto [sic] não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado”.

Não passa de “uma brincadeira mal interpretada”????

Eu apreciei e muito o recebimento da denúncia pelo magistrado.

Eu acho que educação e respeito com o próximo a gente aprende é dentro de casa, mas para aqueles que não aprenderam por bem, vão aprender na marra.

Acho o tipo de comentário dispensado pela denunciada de muito mau gosto e merece mesmo ser repreendido pelas autoridades. Além dela mesma poder "aprender a lição", essa decisão poderá inibir esse tipo de condutas por pessoas que pensam como ela.

Como o ilustre dr. Fábio mencionou, no nosso tempo nao era necessária a intervenção da justiça nesse tipo de situações. Mas é fato que os tempos sao outros e que a tolerancia deve ser outra também. Um exemplo disso é que em nosso tempo não víamos crimes tão bárbaros contra crianças, idosos, aliás, contra a população em geral. Mas hoje, se a justiça não tratar a violência com braço de ferro a nossa sociedade vai desandar cada vez mais.

Abraços amigos!

Como disse, o mundo está afundado em toletes, daqui a pouco a justiça vai proibir os comediantes de contarem piadas sujas, pois são ofensivas a dignidade humana, e não podemos fazer piada de cadeirantes só pq eles são cadeirantes.

E outra, pior é ficar sabendo de tanto roubalheira que acontece nesse país, e a justiça fica preocupada com absurdos que não vão dar em nada, aonde vamos parar! - numa poça de toletes

Façam um teste: troquem o termo "nordestino" por "deputado", "burguês", "reacionário", "direitista", "homofóbico". Agora, imaginem a repercussão social.

Sim, o que essa garota fez foi uma estupidez que lhe será pesada, pois é crime. Mas a onda midiática gerada pelo evento é um reflexo do politicamente correto e do bom mocismo que virou moda.

Mas o politicamente correto é só mais uma forma de preconceito. Aliás, é preconceituoso em sua essência.

^^
^^

Concordo com você DeFarias, é crime? É!
Mas não vamos criar uma novela

Realmente:
Se tivéssemos dado mais valor à educação, talvez não estariamos hoje aqui discutindo.
Muito menos teriamos um judiciário inchado da maneira que está.

Repercussão social eu não sei, mas reduz de dois a cinco anos na pena, na medida que nenhuma das hipóteses caracteriza o crime de preconceito racial praticado por intermédio de meio de comunicação social, restando incitação publica a pratica de crime, cuja pena é mais branda.

O que está virando moda é o racismo. Não que seja uma novidade, o segregacionismo camuflado sempre existiu no Brasil, mas enquanto negros e pardos se limitavam a base da pirâmide social o problema permanecia sob controle.

No momento em que essa parte da população esboça uma ascensão social, o racismo latente nos setores mais conservadores da nossa elite vem a tona.

Eu não tenho grande familiaridade com a expressão “politicamente (in)correto”, mas tenho absoluta certeza da sua inadequação ao caso.

Estamos diante um crime de alta reprobabilidade social, considerado inafiançável pela Lei Maior, não se trata de uma mera travessura adolescente como alguns parecem crer, trata-se de delito cuja pena varia de dois a cinco anos de reclusão.


Alias, essa tentativa de mitigar o crime de racismo com o uso dessa expressão importada tem servido para “legitimar” os discursos fascistas de certos políticos:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fl%C3%A1vio_Bolsonaro

Acha que será difícil determinar a autoria?

(a materialidade o Sr. já reconheceu)

Levando em conta que reconheces a materialidade e a autoria é incontroversa, que atitude tu esperava do promotor e do juiz?

Não vamos confundir censura com responsabilidade penal.

De acordo com nosso atual ordenamento você é livre para se expressar da forma que melhor lhe convier, se agindo dessa forma violar a lei, responderá por isso.

Censura é o que havia nesse país há algumas décadas, os jornais, livros, programas de TV, inclusive as piadas de gênios como o Chico Anísio eram previamente “criticados” pelo censor. Mas não é por isso que o Chico não contava anedota de deficiente físico.

Que eu saiba fazer piada sobre “cadeirante” ainda não é crime ( deveria), entretanto, não aconselho ninguém a fazê-lo na minha presença.

Outro dia um ‘umorista’ disponibilizou na internet uma anedota de cunho racista, depois se queixou do patrulhamento. Ora, quem diz o que quer ...

De toda sorte convêm esclarecer a certos “humoristas” que sua atividade não goza de imunidade penal e piada não pode servir de álibi para praticas preconceituosas como o racismo.

Desde quando ser "nordestino" ou "sulista" ou "nortista" é pertencer a uma raça? Somos de espécies distintas? Veja você que seu raciocínio parte de uma inconsciente premissa preconceituosa: a de que somos diferentes. E não somos.

Eu acho que o fato de existirem crimes piores que o racismo não justifica os cidadãos considerarem "absurdo" a intenvenção do judiciário em fatos como o divulgado. Não é possivel tapar os olhos para atitudes como essas apenas porque ocorrem coisas piores. O "mais" não pode permitir o "menos".

Levando em consideração que eu tenho a "leve" impressão de que os animos estão se esquentando nessa discussão, quero ressaltar que apesar de não concordar com algumas opiniões aqui divulgadas, eu respeito todas ok? Só quero mesmo deixar meu pensamento.

Agora, me fez pensar no que disse o colega Faria (Desde quando ser "nordestino" ou "sulista" ou "nortista" é pertencer a uma raça? Somos de espécies distintas?).
Faz bem sentido!!

Abraços

Meses atrás vimos o Estado proibir as manifestações a favor da liberação da maconha (ou regulamentação - entenda como quiser) - e, desde ontem agora é proibido proibir as manifestações! - Ao meu ver um ato corretíssimo do Supremo.

Entenda como você quiser, respeito seu pensamento, e tenha a plena certeza de que o que eu espero de um juiz, promotor, procurador e etc, é que eles não percam seu precioso tempo com bobagens completamente ridículas - a semana passada li um artigo que fala a respeito do que está em discussão aqui neste tópico, e li que, estatisticamente falando, as ações que discutem o crime de racismo os réus estão saindo mais vencedores que os autores!

A materialidade está comprovada, isso é lógico, seria ridículo da minha parte negar esse fato. Mas se não se sabe quem é o autor, de que adianta perder tempo e, repito, o meu, o seu, o nosso dinheiro, com essa porcaria de politicamente correto, quando aquela porcaria do Palocci aumenta seu patrimônio em 20X em quatro anos e ninguém faz coisa alguma...Estão fazendo a gente de palhaço, só que alguns ainda não perceberam o quanto são infames!

Agora, me fez pensar no que disse o colega Faria (Desde quando ser "nordestino" ou "sulista" ou "nortista" é pertencer a uma raça? Somos de espécies distintas?) - Falou com propriedade de causa!

Dr. Fabio, o que não entendo é como o colega possa considerar os crimes de preconceito racial por meio de comunicação social e incitação publica a pratica de crime, como uma mera bobagem, com a qual juízes e promotores não deveriam perder seu tempo. Mormente, quando o senhor mesmo reconhece:

Pelo visto o colega nem se deu ao trabalho de ler as noticia anexada na origem desse tópico:

A autoria é incontroversa, a estudante de direito postou seu ”desabafo” racista em seu próprio twiter onde foi obviamente identificada.

Não sou afeito a teledramaturgia, minha idéia é fomentar a discussão do ponto de vista da ciência jurídica sobre esse tema polemico e de profunda relevância que é o racismo e seu preocupante ressurgimento.

Nesse sentido agradeço sua participação, mas gostaria que o colega, que já expôs suas opiniões, as fundamentasse cientificamente de modo a estabelecermos um debate eminentemente jurídico, nesse sentido, entendo que seus argumentos estão em descompasso com nosso ordenamento:

O que o senhor considera “bobagens completamente ridículas“ - a Lei Maior considera crime inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de reclusão.

Como se vê nosso ordenamento é severo ao tratar o crime de racismo, isso se deve ao nível de reprobabilidade que esse tipo de conduta provoca na maioria das pessoas.

Os juízes e promotores, que o senhor adjetivou de irresponsáveis, assim como os demais cidadãos, estão adstritos ao conjunto de normas que compõe nosso ordenamento jurídico, de forma que na seria lícita outra atitude em relação a ação penal em tela, tendo em vista a presença de autoria e materialidade em crime inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de reclusão.

Se ainda assim o Sr. ainda mantem o ponto de vista - de que juízes e promotores estão desperdiçando seu dinheiro com o combate ao racismo... Ainda lhe resta tentar mudar a legislação vigente que criminaliza o racismo, nesse caso, talvez seja útil uma manifestação como essa...

Dr. Fabio, a despeito de nossas eventuais divergências filosóficas, saiba que aprecio sua participação sempre respeitosa e desfio o amigo a sustentar cientificamente seus argumentos.

Desde quando é preciso pertencer a uma “raça” para sofrer com o preconceito racial?

Por esse raciocínio Hitler estaria absolvido, já que os “judeus” também não pertencem a uma raça.

Raça é um conceito inaplicável ao ser humano, é uma quimera que seduziu nazistas e ainda atrai ignorantes e mal intencionados.

http://rizzolot.wordpress.com/2007/07/11/racas-implausibilidade-cientifica-plausibilidade-sociologica/

O crime de racismo não está atrelado ao conceito biológico de raça, vez que é fruto da ignorância e do preconceito, a raça ariana tal como preconizada pelos nazistas nunca existiu e isso não os faz menos racistas.

Da mesma forma, o argumento de que nordestino não é raça não elimina o racismo da assertiva:

“nordestino não é gente...”

O colega é que tomou por supedâneo o falso conceito da existência raças na espécie humana, e sobre esse terreno frágil erigiu o raciocínio de que a ofensa racial não se consuma se o sujeito passivo não pertencer de fato uma raça.

As premissas em que baseio meu raciocínio são os conceitos jurídicos relativos aos delitos em debate, nesse sentido, tanto a doutrina como a jurisprudência reconhecem o crime de racismo como um fenômeno de discriminação social, independente da questão biológica ou genética.

Portanto, do ponto de vista jurídico é irrelevante se os nordestinos constituem de fato uma raça para que sejam considerados vitimas de racismo.

De toda a sorte, o Supremo desautoriza defesas baseadas nesse argumento:

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI145429-EI306,00-Decisao+inedita+de+racismo+marca+anos+do+STF.html

1º - Ainda não sou advogado, infelizmente, mas isso eu arrumo até o final deste ano! - mas obrigado pelo Drº

2º - Pelo que pude perceber você pensa como um juiz, talvez não saiba que na internet comprovar um crime é extremamente complicado;

3º - Você não precisa mencionar as leis no tópico, eu estudei 5 anos de faculdade e trabalho com um dos melhores advogados da cidade há mais de 6 anos;

4º - Eu não disse que você é adepto a 'teledramaturgia', (como eu disse, pensamento de juiz), se você por acaso não entende de figuras de linguagem, me desculpe, talvez eu tenha descido demais o meu vocabulário para com Vossa Santidade;

5º Pelo que vi você não conseguiu captar meu ponto de vista, eu jamais disse que o crime de racismo é 'bobagem ridícula' - quis dizer que o clima de 'politicamente correto' a que se deu ao tema, isso é ridículo;

6º - Eu repudio e me enojo com todo e qualquer ato de preconceito, racismo, ou qualquer ato que atente contra a dignidade humana, independente da cor, posição política, ou escolha sexual, as vezes precisamos discriminar para saber quem é quem, contudo, discriminar não no sentido de exclusão social!

7º - Eu não sei aonde você pratica essa ilustre profissão da advocacia, não levada a sério por muitos que defecam na classe, mas eu imagino que, talvez, sua cidade deve, e, quem sabe, somente nela, existam juizes bons, que realmente se empenham com seu trabalho e que, de verdade, se importam com a sociedade, juizes que, de verdade, são completamente imparciais, promotores que vão a busca incansável por justiça, juizes e promotores que não chegam atrasados as audiências enquanto que advogados e clientes esperam pacientemente!

8º - Não entendo quantas vezes vou ter que lhe explicar, mas eu vou repetir mais do mesmo: - Não considero (coisa que você quis colocar nas palavras escritas por meus dedos que expressaram meus pensamentos) e nunca, jamais, em hipótese alguma, qualquer crime tipificado, ou ainda não, no código penal como bobagem - considero sim uma tremenda, gigantesca, e, mais uma vez, bobagem sem qualquer tamanho que em que se possa mensurar, enorme perca de tempo por parte do judiciário processos, não só como esses, mas como diversos outros (que talvez na cidade em que você trabalha não exista) que se dá atenção ao extremo por pouca coisa (lá vem você dizendo que como eu posso dizer que racismo é pouca coisa, mas acho que você entendeu meu ponto), enquanto que na outra ponta existem pessoas na cadeia, presas injustamente por alguma falha do judiciário, ou, do inquérito policial, idosos precisando de medicamentos e tendo que viver morrendo, esperando a boa vontade da morosidade da justiça para liberar o remédio a que A NOSSA CONSTITUIÇÃO LHE DA A GUARDA! - ou então velhinhos que não tem a mínima condição de custear uma passagem de R$ 20,00 pra fazer tratamento médico em outra cidade próxima! - e você vem me dizer que o judiciário está certo, perdendo seu tempo com ladainhas só pra aparecer na mídia e roubar a mente da população de que o judiciário é bom, por favor, como já disse, de cego já me basta todos os outros.

Desculpe minha exaltação, mas é que a justiça, a nossa justiça anda, há muito tempo, com um dos pés (juiz advogado e promotor) quebrado, independente de não haver hierarquia, os advogados, (pelo que ouço falar aqui onde moro) nunca foram tão desunidos e tão DESNUTRIDOS de ideais pensantes quanto atualmente - quando me refiro a uma reviravolta, a uma sacudida, me refiro a esse tripé manco em que um tenta quebrar as pernas do outro! - É uma fossa, e estamos nadando em toletes!

Concordo com tudo que foi dito pelo Balthazar...

DeFarias e Fábio Jr,

Deve-se ter muito cuidado nessa crítica ao "politicamente correto". Vejam vocês que o que se denominou de “politicamente correto” para representar certos excessos que atuam como normas sufocantes aos sujeitos, tem seu núcleo sólido como resultado de tensões, conflitos e lutas históricas e sociais daqueles agentes que antes eram alvos da segregação e preconceito manifestado pelo riso de outros agentes hegemônicos. E há de se ter claro também que a linguagem é um palco privilegiado onde se manifestam esses conflitos.

Essa conotação pejorativa e relativista a que se dá ao "politicamente correto" negligencia essa conflituosidade. O politicamente correto é uma síntese, no âmbito da linguagem, do que resultou dessas lutas contra o preconceito, homofobia, racismo, machismo etc. Assim, o combate ao "politicamente corrreto" que vemos na maioria dos casos pode representar exatamente o retorno do preconceito e a relativização da dignidade da pessoa oprimida.

Como escreveu Wittgenstein

Leiam!! ISSO RESPONDE MUITAAA COISAAA

CALEM A BOCA, NORDESTINOS!!!! DEIXEM OS CÃES LADRAREM SOZINHOS.
EDILENE BRASIL
Por José Barbosa Junior



A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…

Ah! Nordestinos…

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí , é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

L

Caramba, esse José Barbosa Junior escreveu muito bem esse texto. É o melhor que eles podem fazer, calar a boca e deixar os cães ladrarem sozinhos!
Não gostei muito quando ele falou do Estado em que eu nasci, mas tudo bem, concordo que sertanejo universitário é uma praga, melhor que muita coisa que já apareceu, e, talvez, melhor que muita coisa que ainda vai surgir!

Na mesma linha do excelente post do ewerton_fr:

http://esquerdopata.blogspot.com/2011/07/o-reacionario-moderno-e-o-velho.html

Já vi cadeirante dando risadas sobre piadas de cadeirantes, gaúchos rindo de piadas de gaúcho...e por assim vai. Humor não pode, nem deve, possuir limites, eu não acho graça em piadas de cadeirantes - ou de mulheres que foram estupradas - como recentemente fez um integrante do CQC - mas há quem ache graça! -